O "Comunicações ou Não" é uma experiência a solo na blogosfera da área da comunicação. Como "tudo é comunicação", apesar de ser um local para reflexão sobre o mercado da comunicação, poderão existir incursões por outras áreas.

Wednesday, July 14, 2010

Experiência e transparência

Trabalho nesta área desde 1995. Ou desde 1994, se considerar o estágio curricular como copy numa agência de publicidade. Como diria o Guterres "ah... seis vezes três, dezoito, ah... pois... ah... enfim, é fazer a conta...", no meu caso, "2010 menos 1995, ou 1994, dá... ah... 15 ou 16 anos, se considerar o estágio curricular".

Pois. Tenho estes anos de experiência. Válida. Sobretudo a parte dos 15 anos que são reais. Entrei para a Unimagem em 1995, para trabalhar - já tinha feito o estágio curricular (sim, já ando nestas andanças há algum tempo - chiça que os anos não perdoam...).

Mas perdoam muita gente que por aí anda. Ou não. Tenho visto por aí pessoas que apresentam também 15 anos, ou mais, como experiência profissional. Até aí tudo bem. Há muita gente que tem muito mais anos de experiência profissional que eu. 

O que mais me surpreende são pessoas, algumas das quais conheço pessoalmente, que andavam nos bancos da faculdade quando eu já andava a trabalhar neste mercado, a apresentarem os tais 15 anos de experiência. Bom, eu também achei que a Faculdade me deu muito trabalho. Mas resolvi não incluir esses anos como experiência profissional. Não me pareceu bem.

Outras há que se fizermos contas à idade e à experiência profissional que apresentam, concluímos que começaram a trabalhar neste meio com 17 anos. Não é exploração infantil, mas convenhamos que não foi muito ético da parte das empresas em "exlorar" estes jovens.

Ou será que incluiram na sua experiência os trabalhos de férias ou os part-times como promotor(a) em eventos? É contacto com o público. Isso é verdade. Pode até dizer-se que é "relações públicas". Mas é experiência neste mercado? Aí já tenho as minhas dúvidas. Pequenas dúvidas, mas dúvidas.

Custa assim tanto não florear o currículo com anos fictícios de experiência? Eu sei que dá valor no mercado, mas é assim tão necessário inflaccionar os anos de trabalho? É que se torna mais difícil parecer mais jovem (o eterno objectivo da sociedade ocidental) apresentando essa quantidade de anos de trabalho.

Só me falta ver alguém que com 20 anos de idade diga que tem 20 anos de experiência profissional. Viver pode ser uma experiência tramada. Mas daí a ser experiência profissional vai um passo. Um pequeno passo, eu sei. Mas um passo...

1 comment:

Renata said...

Caro Telmo,

É bom ter essa clarividência mas a verdade é que os empregadores estão mesmo a pedi-las. Quando vejo uma empresa a pedir uma pessoa que seja especialista em comunicação, com apetência comercial e que saiba trabalhar com ferramentas de design 3D com no máximo 30 anos (oferta de estágio profissional) o que é que este empregador está a pedir??