O "Comunicações ou Não" é uma experiência a solo na blogosfera da área da comunicação. Como "tudo é comunicação", apesar de ser um local para reflexão sobre o mercado da comunicação, poderão existir incursões por outras áreas.

Tuesday, March 30, 2010

Também podiam ter "postado" no blog

Depois deste anúncio, e apesar desta dica, podiam ter concluído a novidade no blog. A blogosfera não pode ser só para o teaser (mesmo que isso faça despertar costelas de costureira...). Por sorte, os leitores também são assinantes da newsletter Meios & Publicidade.

Os parabéns que dei na altura do primeiro "teaser" mantêm-se!

i muda mesmo (mesmo que não seja num instante)

O Alexandre demonstra muita coragem para um consultor de comunicação. É que não é normal ver um profissional desta área a manifestar a sua opinião sobre meios de comunicação social, como ele o faz aqui. E no entanto, depois deste anúncio, é triste ler esta notícia pouco mais de um ano depois. Razão tinha o New York Times para estar surpreendido.

Mas quantas conversas de café não existiram a apontar para este desfecho, mesmo antes do jornal sair para rua? Quantas vezes assistimos a "apostas" de quanto tempo o jornal iria durar? Entre consultores e, sobretudo, entre jornalistas.

A incompreensão pelo timing de lançamento, associada a teorias da conspiração referentes a projectos de controlo dos media, eram, na altura, recorrentes.

Pessoalmente, que me tornei leitor do jornal (que leio com a regularidade com que leio a sua concorrência), tenho pena deste desfecho (pré)anunciado. Sobretudo pelos bons profissionais que apostaram e acreditaram neste projecto.

Friday, March 26, 2010

Totalmente de acordo

Como "vítima" do mesmo mal, não poderia estar mais de acordo com o PR do Buzzófias. E também acredito que, a longo prazo, este tipo de acções, se não acabarem, irão prejudicar aqueles que entendem as RP 2.0 como um passo natural para este mercado. Espero que seja só uma manifestação de imaturidade de alguns profissionais/empresas, neste campo.

Méritocracia

Sou um "méritocrata". Assumido. Não desvalorizando a experiência, que prezo muito, sempre defendi que a antiguidade não é posto e que alguém que se afirme pelo seu mérito e profissionalismo deve ser destacado.

Infelizmente ainda há quem considere esta minha visão como uma afronta e que defenda a cultura da mediocridade, recompensando quem não o merece, apenas porque está há mais tempo na organização. Se está e precisa de afirmar isso para se afirmar (passe a redundância) é porque, claramente, não tem o mérito para lá estar.

É por isso que sempre achei que a sucessão "natural" só deverá ser feita se o sucessor demonstrar mérito para tal. Foi o que aconteceu na Sonae. Poucos duvidarão que Paulo Azevedo não seja um gestor de excelência e que, naturalmente, é o melhor sucessor para Belmiro de Azevedo. Assim como poucos não considerarão Luís Palha da Silva uma excelente escolha para CEO na Jerónimo Martins, a avaliar pelos resultados do Grupo. Dois grupos de cariz "familiar" mas profissionais que tomaram opções diferentes na sucessão dos seus líderes "históricos".

E o panorama empresarial português tem vários exemplos onde esta sucessão "méritocrata" aconteceu. Também tem vários exemplos onde isto não aconteceu, e cujos resultados são visíveis.

Coerente com esta minha visão "méritocrata" nas instituições, sempre privilegiei quem demonstra capacidade, independentemente do cargo que ocupa, seja estagiário, gestor ou director.

Bem e porquê esta conversa? Para dizer que não vale a pena enviarem-me "convites" para grupos monárquicos no Facebook. Desculmpem-me mas, como disse aqui, não me revejo em sucessões naturais sem demonstração de mérito. E como o mérito do sucessor infelizmente não advém obrigatoriamente do mérito de quem é sucedido, prefiro ter a oportunidade de poder escolher quem considero com mais mérito para o lugar (mesmo que não ganhe).

Thursday, March 25, 2010

Quem irá ficar?

Não tinha acompanhado de perto a polémica da instalação de duas grandes superfícies no concelho de Loulé. Até que uma notícia do Observatório do Algarve me chamou à atenção para o assunto: Aparentemente só há "espaço" para mais um destes projectos. Dizem o Executivo Municipal de Loulé e a CCDR-Algarve.

Polémicas da localização do projecto (agora que é assumido que só poderá ficar um deles) à parte, o que resulta daqui é uma possível "guerra" de "contrapartidas" e comunicação entre o Grupo Auchan (através da Immochan) e o Ikea.

E, neste campo, não adianta argumentar apenas com a criação de postos de trabalho e investimento previsto. Ambos os grupos têm capacidade para o fazer e aqui só alguns números diferenciarão os projectos. Existe um comentário à primeira notícia citada que é lapidar: "qual é a dúvida? Auchan já existe no Algarve e arredores, ikea é novidade! IKEA, senhores! "

Esta é uma evidência que o Grupo Auchan deverá contestar. Com um hipermercado Jumbo em Faro e outro em construção em Portimão (e alguns Pão de Açúcar no distrito), face à ausência de um Ikea no Algarve, associado à preferência pública de um projecto Ikea no concelho por parte de Seruca Emídio (Presidente da Câmara Municpal de Loulé), será difícil o Grupo Auchan contrariar esta "vantagem" da empresa Sueca.

Acredito que muitas "movimentações de bastidores" estejam a decorrer. Mas as mesmas não serão suficientes. Afinal, para além das contrapartidas oferecidas, a opinião pública também terá que ser "convencida" das vantagens daquele que for o projecto escolhido. É que não será fácil ao poder político decidir por um projecto que contrarie a opinião dominante e que está bem espelhada no comentário transcrito. E aqui entra a comunicação.

Não conheço os projectos e muito menos as contrapartidas oferecidas por cada empresa. Mas conheço o mercado da distribuição e o concelho em causa (cresci lá). Por isso, acredito que mais que contrapartidas "estruturais" e normais para este tipo de projectos (co-financiar as infraestruturas rodoviárias envolventes) será necessário, a quem quiser manter a vantagem, entender as carências ao nível de infraestruturas sociais do concelho.

Assim, ao nível da comunicação, acredito que será absolutamente necessário empreender uma série de acções junto da população local que demonstrem uma proximidade junto das mesmas. Demonstrações de apoio às economias locais (através do incentivo à produção local) e, sobretudo, o apoio à comunidade local (através de programas de inclusão social) serão decisivas. Quem o fizer melhor poderá ter os argumentos públicos que auxiliem a decisão política. Se ficarem apenas pelos "bastidores" não acredito que existam alterações às preferências actuais.

Friday, March 19, 2010

A step for mankind

A questão da oferta ou compra de sacos plásticos na distribuição moderna é recorrente. Não estou contra a diminuição da quantidade de sacos plásticos existentes no ambiente, pelo que medidas destinadas ao seu "controlo" são sempre de louvar. Só que as mesmas devem ser coerentes com políticas de sustentabilidade ambientais gerais e não apenas operações de "maquilhagem", conhecidas por greenwashing.

A cobrança dos sacos de compras diminui a quantidade de plástico no ambiente? Sem dúvida. Mas e os sacos para as secções de padaria e frutas e legumes? Por uma questão de lógica, os mesmos também deveriam ser cobrados e deveriam ser dadas alternativas aos consumidores para a sua não utilização.

Porque não o são? Porque o seu custo para as cadeias de distribuição é substancialmente inferior aos dos sacos de compras. Segundo informação que me foi transmitida as grandes cadeias de distribuição gastam (gastavam) perto de dois milhões de euros/ano em sacos de compras. Se os clientes os pagarem são valores que saem directamente da alínea "custos" da empresa.

E nisso as cadeias ditas "hard discount" são mais honestas. Assumem que a medida se destina a diminuir os custos de operação e, dessa forma, a permitir eficiências que levam à diminuição do preço dos produtos ao consumidor. Não maquilham essa iniciativa de "preocupação ambiental".

Uma verdadeira preocupação ambiental obriga a mais medidas do que o mero pagamento de sacos de compras. Por exemplo, criando medidas de "discriminação positiva" para os consumidores com preocupações ambientais. A criação de "caixas verdes", como as existentes no Grupo Auchan, é uma medida pedagógica que deveria ser replicada pelas cadeias que querem assumir uma política de sustentabilidade ambiental. A existência e utilização de ecopontos "industriais" para os resíduos das lojas é outra medida que não vejo em utilização pelas cadeias que encaram a venda de sacos de compras como "A" medida para a sustentabilidade ambiental.

Por isto tudo, a cobrança de sacos de compras é um passo para a humanidade? É. Mas é um passo pequeno para o que os grupos de distribuição podem dar. E em vez de questionarem e criticarem o factor biodegradável dos sacos que alguns grupos entenderam adoptar, as associações ecologistas deveriam colocar os seus esforços na busca de uma solução melhor, longe de medidas mera e ambientalmente cosméticas.

Wednesday, March 17, 2010

Coerência e Credibilidade

O Congresso do PSD do fim de semana passado (um dos mais interessantes desde a não eleição de líderes nos congressos) ficou marcado pelo episódio da alteração dos estatutos, com a aprovação de uma norma que ficou conhecida pela "lei da rolha".

Não vou aqui discutir a minha concordância ou não com a mesma (não deixando de lembrar que a um Partido Político adere quem quer, livremente e consciente das suas normas). O que me leva a escrever sobre este assunto prende-se mais com dois dos activos de comunicação que mais considero: A coerência e a credibilidade (porque a segunda deriva da primeira).

A referida norma foi aprovada pelo Congresso. Os delegados ao mesmo tinham que saber o que estavam a aprovar: A proposta, pelo que ouvi a Pedro Santana Lopes, era conhecida desde a quarta-feira anterior ao Congresso. Até aqui são questões internas do PSD.

O que não faz sentido é que assim que sairam da sala do Congresso, os candidatos à liderança do PSD, pressionados pelos jornalistas (e, pela opinião publicada), tenham todos discordado desta regra, afirmando que se ganharem a irão revogar.

E é neste ponto que entra a coerência e, por causa dela, a questão da credibilidade. Os delegados ao Congresso eram hostis a todos os candidatos? Não. Não representam as várias sensibilidades internas, afectas aos candidatos? Sim. Então porquê maldizer uma regra que acabaram de aprovar?

Se não concordavam com a mesma, porquê ficar à espera das questões dos jornalistas para o afirmarem? Para o público ficou a sensação que no PSD, independentemente de quem for eleito líder, será a comunicação social e a opinião publicada a liderar o Partido.

E, como foi dito várias vezes, se a normal alternância democrática acontecer, o próximo líder do PSD poderá ser o próximo Primeiro-Ministro português. E uma coisa é o respeito pela liberdade de imprensa e de expressão. Outra é ser governado pela opinião publicada. Governar e liderar é decidir. Não é ficar à espera de ver o que se escreve para tomar decisões. O país não tem capacidade para estes "tempos de espera" e neste episódio todos os candidatos deram um mau sinal aos portugueses.

Thursday, March 11, 2010

Uma entrevista a ver

Não concordarei com tudo o que foi dito. Mas que é uma grande entrevista, com pontos de vista que nos fazem reflectir (como deveriam ser os pontos de vista), isso é.

Para provar que não tenho nada contra a Jerónimo Martins e, muito menos, contra o seu líder, aqui fica a entrevista dada por Alexandre Soares dos Santos ao José Gomes Ferreira no Negócios da Semana de ontem.

De tudo o que foi dito, realço a defesa da cultura do mérito que deveria nortear a actuação de todos.

Wednesday, March 10, 2010

A educação importa

Pensava que o problema era nacional. Mas a julgar pela quantidade de comentários à entrada "Good manners matter - don't they?"  no Grupo "Public Relations and Communications Professionals" do LinkedIn parece que a questão é global.

O autor desta entrada - Mike Ritchie, Owner/Director at Mike Ritchie Media - conta dois episódios onde apresentou propostas a potenciais Clientes (a pedido dos mesmos) e das quais nunca recebeu uma resposta, nem sequer um "obrigado, recebemos a proposta mas neste momento não estamos interessados".

Este texto recebeu uma série de comentários de outros professionais a quem aconteceu (acontece regularmente?) o mesmo. Acredito, também, que a todos os professionais portugueses desta área já tenham acontecido situações semelhantes.

Compreendo que, muitas vezes, os Clientes estejam bastante ocupados e que não tenham tido tempo para analisar a(s) proposta(s). Mas para responder que receberam e que a vão analisar não há cinco minutos? Nem que seja para recusar a mesma.

Não consigo entender como é que há tempo para solicitar propostas e depois não há tempo para informar quem as fez do ponto de situação das mesmas. Eu sei que o interesse comercial está do lado de quem faz a proposta. Mas o interesse global não é de ambas as partes?

É que para se fazer uma boa proposta tem que se dispender tempo. Tempo que não está a ser utilizado para outros projectos, nomeadamente em trabalhos para os actuais Clientes. É um investimento que, mesmo que não dê resultados comerciais no imediato, deveria ser reconhecido pela outra parte.

A falta de resposta (quantas vezes não sabemos do resultado de um determinado "concurso" pelos meios de comunicação social?) é uma falta de consideração pelos profissionais que a desenvolveram. Mais que cortesia, é uma questão de educação. E como diz Mike Ritchie no seu texto:

"But, if I am spending time plus effort to communicate and keep potential clients informed, the least I expect is the same level of courtesy. And with email, text or whatever, it’s never been easier. To refuse to respond, answer, or acknowledge is arrogant, ignorant and totally unacceptable behaviour in my book. To repeat: business manners do matter."

"Comunicações ou Não" de novo legível

Por uma qualquer razão este blogue foi atacado. Durante o fim de semana (até ontem, terça-feira) quem acedia ao "Comunicações ou Não" era reencaminhado para uma página "financeira".

Apesar de alheio ao que se passou e que levou à eliminação de algumas aplicações existentes, peço desculpa a todos os leitores.

Terminado o silenciamento, "a emissão segue dentro de momentos".