O "Comunicações ou Não" é uma experiência a solo na blogosfera da área da comunicação. Como "tudo é comunicação", apesar de ser um local para reflexão sobre o mercado da comunicação, poderão existir incursões por outras áreas.

Wednesday, June 30, 2010

Espírito de liderança

A propósito do post anterior veio-me à mente uma conversa com um amigo. Discutíamos a prestação recente de diferentes agências no mercado. E a análise acabava inevitavelmente nas suas lideranças. Aquelas que sabem lutar, incutir esse espírito de lutador nos seus colaboradores, aquelas que motivam e inspiram, versus aqueles líderes que apenas buscam bodes expiatórios para os seus fracassos e em quem os colaboradores já não acreditam. Acabámos por diferenciar os líderes "Scolari" dos líderes "Queiroz".

E é refrescante ver uma série de líderes "Scolari" no nosso mercado. Líderes cujas agências somam vitórias atrás de vitórias. Líderes que sabem orientar as suas equipas, que sabem motivar as suas equipas.

Da mesma forma é penoso constatar a existência de uma série de líderes "Queiroz". Aqueles que acham que a chefia é um posto, que deliram numa série de novidades não sustentadas que não só não sabem (nem desconfiam) como motivar uma equipa, como são os principais responsáveis pela destruição do sonho de vitória.

Não vou citar nomes. Mas creio que o mercado e alguns dos visados saberão em qual das categorias de liderança se inserem.

I Gotta Feeling

Que hoje as coisas não devem estar a ser fáceis em alguns gabinetes de Portugal.

Como dizia aqui, apesar da falta de liderança e da péssima comunicação do seleccionador nacional, tinha esperança que os patrocinadores viessem a ter o retorno esperado. Porque isso significava uma boa campanha na África do Sul. Porque isso significava um reforço de ânimo e auto-estima para os portugueses.

Infelizmente a realidade e tudo o que se esperava de um mau seleccionador, de um mau líder, confirmou-se. É pena. Não só para mim, como acredito, sobretudo, para os patrocinadores, especialmente este que adoptou uma famosa música para as suas campanhas e que apostou naqueles que demonstraram serem os "cavalos errados".

(Nota nacionalista/futebolística: A quem vai começar já a dizer este é como os outros que quando tudo está bem é só elogios e quando tudo está mal exala negatividade, posso dizer que acho que os jogadores merecem o nosso aplauso. Mas nunca acreditei que o Carlos Queiroz fizesse qualquer coisa de jeito porque, manifestamente, é de uma incompetência de bradar aos céus, apenas protegido por alguns comentadores que a ele devem uma lealdade que não se entende. Tenho a certeza - e não apenas um "feeling" - que se fosse outro o treinador/seleccionador de Portugal, com os jogadores que temos, faríamos história na África do Sul. É que o Adamastor tem um efeito avassalador nas mentes pequeninas...)

Monday, June 28, 2010

Ele prometeu...

... e aqui está! Uma iniciativa louvável do Rodrigo. Espero reencontrar e/ou conhecer mais profissionais deste mercado (que graças a iniciativas destas começa a ter uma dinâmica muito interessante!).

Thursday, June 24, 2010

The Century Of The Self 19 of 24



Esta é a primeira parte do quarto episódio de um documentário sobre o "Século do Individualismo", da autoria de Adam Curtis. Vale a pena ver e procurar as restantes partes do mesmo episódio no YouTube.

Monday, June 21, 2010

Comunicação no seu melhor

Para além de considerar um dos melhores anúncios de apoio à Selecção Nacional, a criação de uma "dança" a propósito da marcação de um golo pela McDonald's, revelou ser uma excelente estratégia de comunicação. E a utilização do Simão Sabrosa no anúncio foi uma escolha excelente. Primeiro porque no próprio anúncio se percebe a boa disposição do mesmo. Depois, porque a comemoração do seu golo de hoje já garantiu uma visibilidade extraordinária.

Grande idéia. Excelente concretização. E sem vuvuzelas à mistura.

O vídeo já circula nas redes sociais...

Friday, June 18, 2010

Always Working

Foi um sucesso o PR After Work organizado pelo "pedagogo" Rodrigo Saraiva do PiaR. Não contei o número de pessoas presentes, pois acho que esse era um pormenor sem importância no valor que a iniciativa teve por si só. Mas foram muitas enquanto lá estive e, acredito, que muitas chegaram depois da minha saida cedo.

Segundo o Rodrigo, em Julho haverá mais um. Ainda bem. Ainda bem que alguém que, como conversávamos antes da chegada da maioria das pessoas, tendo ingressado o "universo das agências" há relativamente pouco tempo tem a iniciativa de "se chegar à frente" com acções destas.

Ainda bem que há um Rodrigo Saraiva para dinamizar este mercado, não só o das agências mas sobretudo o dos "agentes da comunicação". Pena é que quem já anda há mais anos neste "universo" não tenha tido a iniciativa de fazer acções semelhantes. Pena é que o nosso mercado insista na lógica das quintas (ou quintais, entendam como quiserem), virados cada um para o seu umbigo. Pena é que as associações do sector, com maior potencial organizativo, não tenham implementado este tipo de iniciativas.

Mas foi bom. Foi bom ter visto líderes de agências presentes (Alda Telles, Pedro Reis e Rui Calafate - perdoem-me se me esqueci de algum nome) a demonstrar o valor deste tipo de iniciativas para o sector. Foi bom ter visto (revisto) algumas pessoas. Foi bom ter conhecido pessoas novas.

Em Julho, desde que esteja em Lisboa, podem contar comigo.

Thursday, June 17, 2010

Mundialmente

Nos dias que correm seria difícil não falar do Mundial de Futebol 2010. Não como "treinador de bancada", pois seria um embaraço para todos, sobretudo para mim, mas como comunicador (onde o embaraço pode ser um pouco menor...).

No domingo ouvi o "porta-voz não oficial de Carlos Queiroz", o comentador Rui Santos, dizer na SIC Notícias que não tinha quaisquer expectativas para a prestação da Selecção Nacional neste Mundial. E percebi o que vai na mente do selecionador nacional: Uma selecção não de jogadores mas de desculpas para o que ele próprio teme. De "não ter uma equipa recheada de valores mundiais", até ao estado do tempo, passando pela protecção que o Drogba utilizou, acho que tudo servirá de desculpa para o que vier aí.

Essa é a principal diferença "desta selecção" para as "selecções de Scolari". A assumpção apriori da prestação negativa. Por isso, dizia uma entrevistada na rua à SIC que Queiroz não tem o carisma de Scolari. Não, não tem. Mas mais que isso não tem nem o carisma nem a mínima capacidade de comunicar e galvanizar não só os jogadores como todo um país que via neste Mundial um balão de oxigénio para descansar temporariamente da tão estafada e persistente crise.

Neste campo Queiroz falhou a todos os níveis. Pelas polémicas que vão saindo (desde o "caso" Nani, até às declarações de Deco - honestas e verdadeiras mas que já vão ser desmentidas, ou esclarecidas), não soube comunicar internamente. E se não o soube fazer para "dentro", menos o conseguiu fazer para "fora". Não soube criar uma onda de mobilização nacional para a prestação da Selecção. Pior. Não soube aproveitar a onda que veio das prestações anteriores e a que foi criada pelos patrocinadores da Selecção.

E estes têm, na minha opinião, razões para estarem pouco satisfeitos com este gap de comunicação. Apostaram grande parte dos seus budgets anuais para estas acções, prevendo um retorno de imagem positivo. Agora, face à pouca mobilização criada pela própria Selecção, dependem exclusivamente dos resultados desportivos da mesma.

Sinceramente espero que os patrocinadores possam vir a ter o retorno que esperavam. Seria sinal que o primeiro jogo não passou de um "acidente de percurso". No entretanto, rebuscando o hino de um dos patrocinadores da Selecção, um conselho para Queiroz: "Menos ais, queremos muito mais"...

Monday, June 14, 2010

E quando as coisas estão mal, o que se faz?...

...Proibe-se, de forma atabalhoada, a comunicação social de falar com os trabalhadores e, pior, diz-se dias antes, que ninguém está proibido de falar com a comunicação social.

Aqui está um verdadeiro Case Study do que não fazer. Só vem confirmar o que diz Laura Ries: "Anything BP says will no longer be believed. You can fool us once, but never again."

Reportagens televisivas

Aqui está um manual de como fazer uma reportagem televisiva. E neste Mundial temos visto tantas a seguir este modelo...

Friday, June 11, 2010

Um manifesto a ler

Excelente este manifesto da Dircom que o António (a quem desejo os maiores sucessos para a sua empresa) destaca. Como diz o António "gostava de ver isto em Portugal".

Wednesday, June 09, 2010

Se fosse só a BP...

Através do Briefing cheguei a este artigo da Laura Ries sobre o problema da BP depois da calamidade da fuga no Golfo do Texas. E o que Laura Ries diz é a mais pura das verdades. Não basta dizer. É preciso fazer. Ou melhor, é preciso fazer, muitas vezes sem dizer, para que se possa ter uma base de verdade nas nossas afirmações.

A BP, à semelhança de muitas outras empresas (internacional e nacionalmente), quis fazer um "face lifting", uma pura operação de cosmética. E entendeu que dizer muitas vezes "Beyond Petroleum" era suficiente para que a sua imagem mudasse. Esqueceu-se que, apesar dos grandes investimentos, uma mentira dita muitas vezes não se torna obrigatoriamente verdade. E quando o "verniz estala" vê-se o que está para lá da aparência. Esta é uma verdade para a BP mas também para todas as empresas.

Na minha experiência profissional tive um Cliente que tinha (creio que ainda tem) uma vasta acção de apoio social. E os marketeers da mesma insistiam que essa acção deveria ser motivo de abertura dos noticiários nacionais. A minha enorme discussão com os mesmos resumia-se a uma frase que sempre lhes disse: "existem as pessoas que veêm uma pessoa a pedir na rua e lhe pagam uma refeição. Outras que lhe dão 5 cêntimos e vão o resto da rua a anunciar que ajudaram um pobre". Eu sempre estive do lado das primeiras. Daquelas que ajudam porque isso está no seu ADN. Não porque querem ser reconhecidas como muito beneméritas.

A verdade de uma consciência social das empresas está na acção. Não na maquilhagem. É que enquanto a acção se divulga com sustentabilidade, a maquilhagem sai no fim do dia. E basta acontecer um incidente grave para a maquilhagem sair. Depois, como diz Laura Ries, "Anything BP says will no longer be believed. You can fool us once, but never again."