O "Comunicações ou Não" é uma experiência a solo na blogosfera da área da comunicação. Como "tudo é comunicação", apesar de ser um local para reflexão sobre o mercado da comunicação, poderão existir incursões por outras áreas.

Wednesday, November 24, 2010

Bullying sindical

«Como "tudo é comunicação", apesar de ser um local para reflexão sobre o mercado da comunicação, poderão existir incursões por outras áreas.» Aviso no "header" deste blogue. Assim aqui vai uma breve reflexão sobre questões relacionadas com a Greve Geral de hoje:

Correndo o risco de ser considerado "reaccionário" e "pouco democrata" não entendo os comportamentos dos "piquetes de greve". Eu entendo e respeito o direito inalienável à greve. É uma forma de protesto legítima. Só não entendo quando esse direito inalienável se sobrepõe ao outro direito inalienável que é o direito ao trabalho.

Acabei de ouvir na rádio um responsável de um destes piquetes a dizer que é sua função "impedir ou dificultar e atrasar a saída de camiões". Por ingenuidade achava que a função dos piquetes de greve fosse manifestar publicamente a sua causa e convencer, diplomaticamente, outros trabalhadores a aderirem à mesma. Não impedir quem quer  trabalhar (por não concordar com os motivos, porque precisa mesmo de trabalhar - é um dia sem salário e sabemos que hoje isso pode ser complicado para as finanças pessoais - ou porque não pode fazer greve) de o fazer.

«A minha liberdade termina na liberdade do outro» parece não ser apanágio destes piquetes. Manifestações de força para impedir que outros possam discordar não é garantir o direito à greve. É, desculpem lá, bullying sindical.


4 comments:

Ricardo Salvo said...

A greve é uma ferramenta poderosa quando usada com sensatez. Mal usada, é o maior tiro no pé que se pode imaginar. Aguardemos pois mais uns dias para ver qual destes casos é o da greve de hoje.

Tanque Silva said...

O que escreve é plenamente verdade. É pena é que seja parcial. E o que dizer, qomo aconteceu de o dono de um intermarché que atropleou funcionários que estavam a fazer greve?

Telmo Carrapa said...

Caro Tanque,

Como é óbvio só posso censurar esse tipo de atitude. Se reparar, no meu texto, digo que respeito o direito inalienável à greve. E tudo o que sejam atropelos (neste caso literalmente) a esse direito só pode merecer o meu repúdio.

Mas não é por isso que sou parcial. Não escrevi sobre a greve e seus impactos. Sobre isso muito teríamos que falar. Só escrevi sobre os "piquetes de greve", cujo papel me parece ter ido longe de mais.

Com os meus cumprimentos,
Telmo Carrapa

Ricardo Salvo said...

Quanto ao meu comentário, não estou do lado de ninguém. O caso do Intermarché é absolutamente lamentável. Há, aliás, muita coisa lamentável nesta greve. De um lado e do outro.