O "Comunicações ou Não" é uma experiência a solo na blogosfera da área da comunicação. Como "tudo é comunicação", apesar de ser um local para reflexão sobre o mercado da comunicação, poderão existir incursões por outras áreas.

Friday, July 30, 2010

Shift happens

Qual a proposta de valor de uma agência de comunicação? A verdadeira proposta de valor, aquela que os Clientes estão dispostos a pagar? Apesar de a podermos maquilhar da forma que mais nos apetecer, a resposta é "Influência". O objectivo final de um projecto de comunicação é, no final, termos influenciado determinada percepção e, no final, decisão. Seja uma decisão administrativa, seja de consumo.

Só que os mecanismos de influência estão a mudar. Por isso, cada vez mais, várias empresas de consultoria de comunicação estão a revestir as suas propostas de valor de coisas como "reputação", "public engagement", etc.. Não é mais que a percepção que o velho chavão de "I know people who knows people", está a perder o peso que lhe é associado. Porque a sociedade está a mudar e os mecanismos de influência estão a "democratizar-se".

Estudos internacionais indicam-nos que o consumidor, ou melhor, o cidadão comum, está cada vez mais informado, procura cada vez mais informação e que confia mais na informação que lhe é dada por fontes que consideram mais próximas que por fontes cuja origem desconhecem. O tão conhecido "word of mouth" ganha, nesta sociedade de informação massiva, um novo fôlego.

E os decisores começam a redirigir os seus holofotes para estas novas formas de comunicar. É inevitável que o façam. Sob o risco de estarem a falar para um auditório vazio. E os consultores de comunicação têm que perceber que este shift está a acontecer.

A "influência" já não é dada só por quem conhecemos naquela instituição, naquele meio de comunicação social. A influência, mesmo junto destes públicos-alvo, depende cada vez mais da capacidade de mobilização para um determinado objectivo. Que deverá ser partilhado por cada vez mais gente.

Influência e mobilização passam a ser dois binómios na mesma equação. E às ferramentas, mecanismos e métodos tradicionais (public affairs, media relations e afins) teremos que adicionar outros. Não é só uma questão de moda ou de querer parecer up to date. É uma questão de interagir com a sociedade.

Os opinion leaders já não são apenas alguns comentadores que têm um espaço privilegiado num qualquer meio de comunicação social. Os opinion leaders são, cada vez mais, o nosso vizinho do lado, o nosso amigo, aquela pessoa cuja opinião valorizamos e com a qual, por norma, concordamos. Talvez sempre tenha sido assim mas agora essa pessoa tende a ter uma maior audiência, relevância e influência.

Não sou futurologista, nem ambiciono ser. Sou realista. Sei que para manter a verdadeira proposta de valor teremos que perceber que os mecanismos de influência estão a mudar. E que é preciso acompanhar essa mudança, sob o risco de perder a nossa influência mais importante: A que temos junto dos nossos Clientes.

Thursday, July 29, 2010

Grande verdade

O desabafo de um dia mau revela uma grande verdade. O Return on Ego é mesmo uma das medidas mais valorizadas por muitos Clientes neste mercado.

Faz-me lembrar a história de um Cliente de uma agência de publicidade que se queixava que uma rede de outdoors contratada para uma campanha da sua empresa era muito má, pois ele não via nenhum dos "seus" outdoors no caminho que fazia diariamente de casa para o trabalho e do trabalho para casa...

Wednesday, July 28, 2010

Parabéns a você...

Num ano em que quase todos os Grupos de Distribuição Moderna em Portugal se lembraram que fazem anos (Auchan/Pão de Açúcar/Jumbo - 40; Jerónimo Martins/Pingo Doce - 30; Sonae/Continente - 25; Lidl - 15), o Governo resolveu dar como prenda isto. Parabéns a você...

(Nota: Como alguém ligado à comunicação em Distribuição Moderna há mais de 14 anos, defendia esta medida há muito tempo. Achei piada a esta "onda" de comemoração dos aniversários das cadeias de distribuição. Só isso)

Monday, July 26, 2010

PREC - Public Relations Em Crescimento

É sempre uma honra ser "linkado". Quando esse link é feito num Word of Mouth do PiaR, numa interrupção momentânea de uma sabática prolongada, mais ainda.

No entanto, não me parece que os citados no primeiro parágrafo do texto estejam a fomentar uma luta DE classes. Parece-me mais uma luta PELA classe. Afinal, quer o Rui, quer o Renato também estão em lugares de administradores de empresas de consultoria de comunicação. Só este escriba, que como "agente livre" que se dá ao luxo de escrever o que lhe passa pela cabeça, foge, de momento, à classificação.

Quando defendemos mais acção é precisamente na defesa da qualificação dos profissionais. Na consolidação de um sentimento comum que agregue toda a classe profissional que, como consequência, permita a sustentabilidade das boas empresas. Por isso o realçar das vantagens de iniciativas como o PR After Work. Porque se constituiu um espaço de encontro informal, onde se trocam opiniões, experiências e vivências.

Acredito que é possível dinamizar mais o sector. Começando por quem nele trabalha, seja administrador de empresas ou colaborador das mesmas. No fundo, sejamos de empresas maiores ou de empresas de dimensão mais "confortável", todos queremos que a oferta seja coincidente com os parâmetros da procura referidos na "luta de classes".

É que se "sem boas empresas não haverá lugar para bons (ou medíocres) consultores de comunicação", também é verdade que sem bons consultores de comunicação não é possível construir boas empresas.  E como nós gostamos de boas empresas!

Monday, July 19, 2010

desGoverno

Perguntava o meu amigo João Villalobos a 07 de Maio "Vocês estão doidos ou foram substituídos por incompetentes? É que sempre vos admirei pela eficácia, assim de longe. Foram uns e agora são outros? Dava-me jeito saber.", a propósito do episódio dos gravadores da Sábado. 

De facto, concordando ou não com o rumo político, é raro o consultor de comunicação que não admirasse a coordenação da comunicação do XVII Governo Constitucional. Ele era coordenação ao mais alto nível (com excepção de alguns Ministros que parecia gozarem de uma liberdade mais alargada), ele era spin na altura certa, normalmente muito bem feito.

Agora, como diz o João, parece que os bons profissionais foram substituídos. Se não, como explicar isto e tudo o que levou a tal? Como é possível que um Governo que ainda não tem um ano de trabalho tenha tão graves falhas na coordenação da sua comunicação, tendo Ministros a falar da área de outros Ministros?

E eu que, profissionalmente, até admirava o trabalho anteriormente realizado...

Associando

Depois deste post, já destacado pelo Rui e pelo Rodrigo mas bem comentado pelo Renato, acho que a "provocação" deverá ter follow on.

Concordo com o Renato (que não tive o prazer de conhecer pessoalmente devido a problemas com o trânsito lisboeta) quando diz que é necessário mais acção e menos associações. A dispersão de associações, à qual se juntaria a tal que foi falada no PR After Work, não dá coesão ao sector. Faz com que falemos a várias vozes, por vezes discordantes, sem que se tenha uma Voz suficientemente forte para promover o mercado e dar-lhe a credibilidade com que todos deveríamos viver.

Mas é preciso, e isso parece-me óbvio, mais acção. O PR After Work, essa excelente iniciativa do PiaR, é sintoma disso. Quem lá vai percebe o quanto os profissionais de consultoria de comunicação sentiam falta de um "espaço/tempo" onde se podem encontrar, conhecer, falar, discutir, em suma, conviver com outros profissionais, longe das polémicas do dia-a-dia do mercado.

Como diz o Renato, este espaço informal já fez mais pelos profissionais em dois meses que muitas asssociações em vários anos. Não estamos a falar de encontros para receber prémios e falar mal de quem recebe e porque recebe. Estamos a falar de encontros onde, sem as "amarras" da concorrência (mais ou menos sã), se discute o sector, se ri das polémicas que marcam o sector, se desenvolve o sentido de pertença a um sector que se quer essencial para o desenvolvimento económico.

É que, sejamos sinceros, por muito que nos possam divertir as polémicas do sector, normalmente assumidas pelos "donos" das empresas, há mais vida para além dessas polémicas. Mais que não seja, há a vida dos consultores que trabalham no sector. E que querem ver a sua profissão dignificada.

Uma Associação dos profissionais de Consultoria de Comunicação não viria resolver esse gap. Como diz o Renato, facilmente poderia ser mais um "quintal" a defender os produtos plantados no mesmo. Não é isso que se pretende. Deseja-se, isso sim, que o sector possa afirmar-se, defendendo quem trabalha no mesmo, dignificando uma profissão que, por muito que muitos não o queiram, é cada vez mais essencial no mundo empresarial.

Não quero com isto atacar as associações existentes. Fazem falta e já fizeram muito pela dignificação do sector. Mas quero apelar a mais acção. A mais iniciativas, visíveis, que marquem o sector pela positiva. O mercado exige-o. Os profissionais do sector querem-no.

Não faz sentido mais um "quintal". Mas também já chega de ver a luta pela defesa da sua "marquise" que vamos vendo por este mercado fora.

Friday, July 16, 2010

Dicas

A partir do Facebook cheguei a um Open Forum onde encontrei vários artigos com conselhos para blogues e para comunicação com blogues. Nem sei porquê mas das várias coisas que li, destaco este que me parece pertinente: "DON'T continually post back and forth in regard to a negative post or complaint. This can push your blog higher in search engine rankings, but the complaint or negative post would take the stage."

Mais dicas aqui, aqui e aqui. Eu sei que não serão novidade para muita gente, mas também sei que há por aí muito consultor de comunicação que nem estas pequenas regras conhece.

Mais uma volta, mais um sucesso

Voltou a ser um sucesso o PR After Work. Não contabilizei (dizem que não sou bom a fazer contas...), mas pareceu-me que teve ainda mais gente que o primeiro. Foi mais uma oportunidade para rever pessoas, conhecer novas, ouvir as últimas do mercado, comentar as polémicas do momento, enfim, conviver com quem partilha as angústias, sucessos e rotinas do dia-a-dia deste sector.

À malta do PiaR os meus parabéns pela iniciativa. Cá ficamos à espera da próxima edição.

(Ideia ouvida ao final da tarde: "Era engraçado criar uma Associação dos Profissionais de Consultoria de Comunicação", "mas isso é a APCE", "não, esta seria só dos profissionais, sem empresas. A APCE inclui as empresas, seria a conjugação desta Associação com a APECOM." - E com esta pequena nota aqui se abre o espaço para a discussão...) 

Thursday, July 15, 2010

A bem da afirmação do sector

A reportagem era sobre a (re)descoberta de Angola pelos empresários portugueses. O Rui e o Alexandre já se pronunciaram sobre o assunto. Destacando aquilo que merece ser destacado. O facto de um consultor de comunicação ter sido o destaque num artigo do New York Times, um jornal de referência para todo o Mundo (pelo menos para aqueles que se interessam pelo Mundo).

Falando "facebookês", independentemente dos "likes" ou "unlikes" que o António Cunha Vaz tenha no mercado nacional, o facto é que afirmou a consultoria em comunicação portuguesa no mercado internacional, afirmando o sector e a sua importância estratégica no mundo empresarial.

Não deixa de ser sintomático um meio de comunicação social com o prestígio do New York Times destacar um profissional da consultoria de comunicação, longe das paranónias conspirativas que, de tempos a tempos, parecem assolar a comunicação social nacional.

Como diz o Rui no seu post, "é um sinal de importância para nós, de perdermos o complexo de inferioridade e de menoridade junto de outros sectores. Se não fôssemos importantes, se não vendessemos influência e poder, não nos vinham contratar. (...) A notícia do António Cunha Vaz dá força ao sector e é uma pedrada no charco para quem se acha menor. Eu, nunca me achei. Os outros, que passem ao ataque." Não podia concordar mais.

É, como diria um "sabático da blogosfera nacional", um daqueles movimentos que "puxa o mercado para cima".

Wednesday, July 14, 2010

Experiência e transparência

Trabalho nesta área desde 1995. Ou desde 1994, se considerar o estágio curricular como copy numa agência de publicidade. Como diria o Guterres "ah... seis vezes três, dezoito, ah... pois... ah... enfim, é fazer a conta...", no meu caso, "2010 menos 1995, ou 1994, dá... ah... 15 ou 16 anos, se considerar o estágio curricular".

Pois. Tenho estes anos de experiência. Válida. Sobretudo a parte dos 15 anos que são reais. Entrei para a Unimagem em 1995, para trabalhar - já tinha feito o estágio curricular (sim, já ando nestas andanças há algum tempo - chiça que os anos não perdoam...).

Mas perdoam muita gente que por aí anda. Ou não. Tenho visto por aí pessoas que apresentam também 15 anos, ou mais, como experiência profissional. Até aí tudo bem. Há muita gente que tem muito mais anos de experiência profissional que eu. 

O que mais me surpreende são pessoas, algumas das quais conheço pessoalmente, que andavam nos bancos da faculdade quando eu já andava a trabalhar neste mercado, a apresentarem os tais 15 anos de experiência. Bom, eu também achei que a Faculdade me deu muito trabalho. Mas resolvi não incluir esses anos como experiência profissional. Não me pareceu bem.

Outras há que se fizermos contas à idade e à experiência profissional que apresentam, concluímos que começaram a trabalhar neste meio com 17 anos. Não é exploração infantil, mas convenhamos que não foi muito ético da parte das empresas em "exlorar" estes jovens.

Ou será que incluiram na sua experiência os trabalhos de férias ou os part-times como promotor(a) em eventos? É contacto com o público. Isso é verdade. Pode até dizer-se que é "relações públicas". Mas é experiência neste mercado? Aí já tenho as minhas dúvidas. Pequenas dúvidas, mas dúvidas.

Custa assim tanto não florear o currículo com anos fictícios de experiência? Eu sei que dá valor no mercado, mas é assim tão necessário inflaccionar os anos de trabalho? É que se torna mais difícil parecer mais jovem (o eterno objectivo da sociedade ocidental) apresentando essa quantidade de anos de trabalho.

Só me falta ver alguém que com 20 anos de idade diga que tem 20 anos de experiência profissional. Viver pode ser uma experiência tramada. Mas daí a ser experiência profissional vai um passo. Um pequeno passo, eu sei. Mas um passo...

Tuesday, July 13, 2010

Agradecimentos

Pois é. Devia dar os parabéns. Mas não dou. Em vez disso, gostava de agradecer ao PiaR pelos seus dois anos de existência. Agradecer ao Rodrigo e ao Alexandre pelos incentivos, pelos ensinamentos, pelas provocações. Mas acima de tudo por terem agitado e dinamizado a blogosfera da comunicação em Portugal. Que venham de lá muitos mais anos que estamos aqui para voltar a agradecer.

E, já agora, uma nota mais pessoal. Gostava também de agradecer ao Rui pela muito simpática nota no It´s PR Stupid! Como lhe disse e ao Rodrigo, às vezes saem-me coisas destas... ;-)

Monday, July 12, 2010

Gestores iPad

Numa conversa com amigos, verdadeiros especialistas e entusiastas da área, perguntei-lhes qual, na realidade, era a verdadeira utilidade do iPad? É um gadget. Um gadget bonito e interessante mas é um gadget, responderam-me. Poderá evoluir para uma série de aplicações úteis mas neste momento não passa disso. Ok. Com a palavra dos especialistas fiquei mais convencido do que antes era apenas uma suspeita. Não quer com isto dizer que, se tivesse dinheiro para esbanjar, não me tentaria ser o feliz proprietário de um exemplar. Para quê? Para o utilizar como gadget, pois então...

Vem isto a propósito do quê? Na verdade de nada de especial. Apenas da constatação de que há por aí uma série de gestores iPad. Apostam nas novidades mas sem sustentação. Querem estar na linha da frente mas nunca criaram bases sustentadas para poderem apresentar-se como verdadeiramente inovadores.

O gestor iPad gosta de gadgets. Sobretudo de iPads. E gosta tanto que acha que tem que os vender a todos os seus Clientes, Fornecedores e Colaboradores. Para se fazer parte da equipa iPad tem que se ter um. iPad, entenda-se. Mas o gestor iPad não sabe porquê. Não sabe para quê. Não sabe como. Apenas tem que ser. E quem questiona o gestor iPad é considerado conservador. Bota de elástico mesmo. Ou, mangas de alpaca.

É gadget, o gestor iPad. Pode até ter algum interesse mas não tem utilidade válida para o negócio. É vazio, sem conteúdo para além de umas quantas aplicações interessantes. Por si só não vale nada. Não sabe do negócio. Não sabe de estratégia. Não sabe de consultoria. Não sabe aplicar a inovação para além da sua ostentação. Mas fica bem. Fica bem levar o seu iPad para as reuniões. Mesmo que depois se divirta a imitar as suas crianças que apenas sabem brincar com algumas das aplicação do gadget.

Aplicações que no gestor iPad são frases feitas. Ouvidas ou lidas num momento de distração e que passam a ser verdades absolutas. Aplicações essenciais para o funcionamento. Ele são expressões de gestão, fora de contexto pois então. Ele são buzzwords, sem qualquer fundamento ou aplicação. Ele são inovações que se têm que aplicar, mesmo que isso não sirva, de todo, os interesses estratégicos dos Clientes.

Não gosto de gestores iPad. O gestor iPad é como o telemóvel que toca na sala de cinema, no momento de emoção do filme. Incomoda, irrita e só diz qualquer coisa a uma pessoa, o seu dono.

E é pena. Pois, como já disse, eu até gosto de gadgets. Mesmo do iPad. Só que, à semelhança deste, só estou disponível para gastar aquilo que me parece razoável para o ter. O mesmo que os Clientes pensam dos gestores iPad...

Thursday, July 08, 2010

Mais do que para os consultores de comunicação

Excelente post do Alexandre! Já o Rui e o António o disseram, pelo que não estou a dizer nada de novo. Não querendo criar cisões num dos blogues que acompanho diariamente, parece-me que, com textos destes, o verdadeiro "pedagogo" é mesmo o Alexandre... ;-)

Mas, como o António desafiava, o tema merece ser aprofundado. Não só pelo Alexandre, como por todos nós, profissionais de consultoria de comunicação que temos a "ousadia" de escrever para "memória futura" o quanto gostaríamos que o mercado evoluísse.

O Alexandre tem toda a razão: "A consultoria de excelência, seja em qualquer área, tem que ser desempenhada por bons e talentosos profissionais. No caso concreto das Public Relations, só há "grandes" agências com grandes profissionais."

Ou, como gosto de dizer, o que as agências "vendem" é conhecimento e capacidade intelectual dos seus colaboradores. Sem bons colaboradores ficam na agência quatro paredes, instalações mais ou menos bonitas, melhor ou pior equipadas, um estacionário e uma identidade visual muito bonita e a "rasgar" e a total incapacidade de responder aos desafios dos Clientes, sobretudo em tempos tão exigentes como os que vivemos.

"Da mesma maneira que os consultores não se definem por aquilo que dizem que são, mas sim por aquilo que fazem, também as consultoras não se devem hierarquizar por aquilo que apregoam, mas sim por aquilo que pagam aos seus colaboradores e pelas condições (materiais e humanas) que lhes dão como factor de valorização enquanto recurso vital para o negócio.", diz o Alexandre. Não podia concordar mais.

A questão remuneratória é importante. Muito importante, convenhamos. Mas não é a única. Ou, se virmos por outro prisma, mais que a questão da remuneração importa a questão da justiça da mesma. Faz sentido que existam agências que têm os colaboradores mais produtivos e que mais rendem às mesmas no lugar do fundo da sua lista de remunerações? Faz sentido exigir-se a quem "dá ao litro" (passe a expressão) que dê ainda mais, para compensar quem não liga nenhuma ao estado da empresa, não faz nada de especial e que ganha mais, muitas vezes o dobro?

E aqui volto a uma questão que me é preciosa. A liderança. Um bom líder combate estas injustiças. Um bom líder tem que ter a capacidade de elogiar publicamente quem se destaca e a coragem de punir quem merece sê-lo. E, por muito difícil que seja, o despedimento justificado é uma punição que por vezes tem que ser tomada. Mas o que faz um mau líder? Pressiona quem faz bem para fazer mais, dando descanso a quem já pouco faz. E é isso que cria as tensões desnecessárias para a evolução da empresa. É premiar a incompetência, algo que me tira do sério...

Mas a valorização não se faz apenas pela remuneração. Faz-se também pelos pequenos incentivos que não custam muito mas que fazem a diferença. Não posso pagar mais? Então dou uns dias de férias extra. O trabalho está a ser extraordinário? Promovo o colaborador. Dou-lhe novas responsabilidades, novos incentivos.

Conheço boas agências que sabem valorizar o seu capital humano. Destas, pelo que conheço, gostaria de destacar aquelas que com pouco tempo de existência já fazem a diferença na forma de estar no mercado (chamo-lhes os "jovens lobos", no bom sentido do termo). Ou aquelas que com muito tempo de existência, graças a novas lideranças, souberam dar a volta à situação.

Por isso o título deste post. O post do Alexandre é mais do que para os consultores de comunicação. É uma chamada de atenção para os líderes das empresas de consultoria de comunicação. Acreditem. Uma empresa sem bons e bem motivados consultores não passa de um espaço vazio.

Tuesday, July 06, 2010

Ética no Facebook

Há uns tempos vi um vídeo que mostrava uns padrões éticos a ter no Facebook. Mas eram dirigidos às relações pessoais, nomeadamente as amorosas. Em relação a questões de reconhecimento da autoria não me lembro de ter visto ou lido qualquer coisa sobre o assunto.

No entanto, a questão levanta-se. De tal forma que o próprio Facebook coloca à disposição dos utilizadores uma opção que permite identificar de quem se partilhou um determinado vídeo. Nem todos os utilizadores usam essa opção. Eu uso. Acho que é no mínimo correcto que se há alguém que se deu ao trabalho de pesquisar um vídeo e o colocar no Facebook que lhe seja reconhecido o esforço.

Mas no caso dos posts não há essa opção. Ninguém impede que uma pessoa faça "copy-paste" de um post e o coloque no seu perfil. Até aí tudo bem. Mas não seria, no mínimo, educado, dizer de quem se copiou esse post? Acho que sim.

Vem esta reflexão a propósito de ter visto, no espaço de dois dias, dois posts meus no Facebook serem copiados por amigos, sem qualquer referência à sua autoria. Como foram amigos meus, não me chateou. Mas fiquei a pensar no assunto.

Ao contrário da blogosfera, nomeadamente a da comunicação, onde, por norma, são feitas as devidas referências à fonte original (quando vamos buscar informação a outro lugar), no Facebook parece que essa "regra" não impera. Antes pelo contrário. No entanto, seja um post elaboradíssimo de mais de 5.000 caracteres (no blog), seja um post com pouco mais de 140 caracteres (no Facebook), existe alguém que se deu ao trabalho de pensar num texto. Existe alguém que se deu ao trabalho de o escrever. Existe alguém que se lembrou de o partilhar com a sua rede.

Não seria cordial que quem o copia fizesse uma referência ao seu autor original? Porque estamos numa rede social, o que lá está é património de todos? Pela minha parte, vou continuar a assumir a origem da partilha. Mesmo que o original não seja da pessoa de quem copiei (mas isso já é problema do "copião" antes de mim).

Monday, July 05, 2010

É por essas e por outras

Este post do Rui provocou uma discussão interessante no Facebook. Não admira. O "provocador" disse o que muita gente deste mercado pensa mas que não tem coragem de assumir publicamente.

No Facebook muita gente concordou com o Rui. Mas o meu amigo José Franco acha que o mercado é soberano e que saberá fazer a distinção entre agências de consultoria de comunicação e as famigeradas pessoas que se assumem como "relações públicas". Um certo mercado "instruído" talvez. O restante já não sei.

Vejamos: Uma empresa quer fazer uma acção, idêntica às outras mil já feitas, em que convida uma série de gente que se acha famosa, para poder aparecer nas revistas e programas do "social". O que a impede de contratar directamente uma dessas "relações públicas" para "assessorar" a dita acção? Dir-me-ão que se o fizer através de uma agência, "compra" também a consultoria de comunicação. Mas acham que o cliente não "instruído" saberá que isso é uma mais-valia? Se o objectivo é apenas sair naqueles espaços, acham que está preocupado com as mensagens-chave certas, o posicionamento e a imagem correctas que resultam dessa acção?

É por essas e por outras razões que concordo com o Rui. Acho que em Portugal é preciso fazer uma clara distinção entre consultoria de comunicação e relações públicas. Eu faço. Basta que me perguntem o que é que faço na vida. Se disser em Portugal que sou "relações públicas" duvido que acharão que apareço nas revistas do "social" por ter sido "apanhado" numa situação mais ou menos embaraçosa. Mas sei que do outro lado ficarão a achar que trabalho numa discoteca/bar qualquer, ou, como me aconteceu algumas vezes, acharão que sou animador de um qualquer hotel.

Por isso, "relações públicas", infelizmente, só no estrangeiro. Onde associam a profissão ao que nós, os profissionais deste mercado em Portugal, fazemos.

Thursday, July 01, 2010

O problema não é só a comunicação

É mesmo a falta de liderança motivadora. Grande análise do Rui aqui.

De erro em erro lá vamos comunicando...

"A BP ficar com os créditos pela dinamização da economia do Golfo do Texas (graças às suas equipas de limpeza) é como a Al Qaeda ficar com os créditos pelos empregos criados na segurança dos aeroportos", Jimmy Kimmel, no Jimmy Kimmel Live a 29 de Junho.

Como é que a BP, mesmo que numa publicação interna, tem a ousadia de fazer uma afirmação destas? É como diz o António: A BP a patinar na maionese...