O "Comunicações ou Não" é uma experiência a solo na blogosfera da área da comunicação. Como "tudo é comunicação", apesar de ser um local para reflexão sobre o mercado da comunicação, poderão existir incursões por outras áreas.

Wednesday, June 09, 2010

Se fosse só a BP...

Através do Briefing cheguei a este artigo da Laura Ries sobre o problema da BP depois da calamidade da fuga no Golfo do Texas. E o que Laura Ries diz é a mais pura das verdades. Não basta dizer. É preciso fazer. Ou melhor, é preciso fazer, muitas vezes sem dizer, para que se possa ter uma base de verdade nas nossas afirmações.

A BP, à semelhança de muitas outras empresas (internacional e nacionalmente), quis fazer um "face lifting", uma pura operação de cosmética. E entendeu que dizer muitas vezes "Beyond Petroleum" era suficiente para que a sua imagem mudasse. Esqueceu-se que, apesar dos grandes investimentos, uma mentira dita muitas vezes não se torna obrigatoriamente verdade. E quando o "verniz estala" vê-se o que está para lá da aparência. Esta é uma verdade para a BP mas também para todas as empresas.

Na minha experiência profissional tive um Cliente que tinha (creio que ainda tem) uma vasta acção de apoio social. E os marketeers da mesma insistiam que essa acção deveria ser motivo de abertura dos noticiários nacionais. A minha enorme discussão com os mesmos resumia-se a uma frase que sempre lhes disse: "existem as pessoas que veêm uma pessoa a pedir na rua e lhe pagam uma refeição. Outras que lhe dão 5 cêntimos e vão o resto da rua a anunciar que ajudaram um pobre". Eu sempre estive do lado das primeiras. Daquelas que ajudam porque isso está no seu ADN. Não porque querem ser reconhecidas como muito beneméritas.

A verdade de uma consciência social das empresas está na acção. Não na maquilhagem. É que enquanto a acção se divulga com sustentabilidade, a maquilhagem sai no fim do dia. E basta acontecer um incidente grave para a maquilhagem sair. Depois, como diz Laura Ries, "Anything BP says will no longer be believed. You can fool us once, but never again."

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