Não tinha acompanhado de perto a polémica da instalação de duas grandes superfícies no concelho de Loulé. Até que uma notícia do Observatório do Algarve me chamou à atenção para o assunto: Aparentemente só há "espaço" para mais um destes projectos. Dizem o Executivo Municipal de Loulé e a CCDR-Algarve.
Polémicas da localização do projecto (agora que é assumido que só poderá ficar um deles) à parte, o que resulta daqui é uma possível "guerra" de "contrapartidas" e comunicação entre o Grupo Auchan (através da Immochan) e o Ikea.
E, neste campo, não adianta argumentar apenas com a criação de postos de trabalho e investimento previsto. Ambos os grupos têm capacidade para o fazer e aqui só alguns números diferenciarão os projectos. Existe um comentário à primeira notícia citada que é lapidar: "qual é a dúvida? Auchan já existe no Algarve e arredores, ikea é novidade! IKEA, senhores! "
Esta é uma evidência que o Grupo Auchan deverá contestar. Com um hipermercado Jumbo em Faro e outro em construção em Portimão (e alguns Pão de Açúcar no distrito), face à ausência de um Ikea no Algarve, associado à preferência pública de um projecto Ikea no concelho por parte de Seruca Emídio (Presidente da Câmara Municpal de Loulé), será difícil o Grupo Auchan contrariar esta "vantagem" da empresa Sueca.
Acredito que muitas "movimentações de bastidores" estejam a decorrer. Mas as mesmas não serão suficientes. Afinal, para além das contrapartidas oferecidas, a opinião pública também terá que ser "convencida" das vantagens daquele que for o projecto escolhido. É que não será fácil ao poder político decidir por um projecto que contrarie a opinião dominante e que está bem espelhada no comentário transcrito. E aqui entra a comunicação.
Não conheço os projectos e muito menos as contrapartidas oferecidas por cada empresa. Mas conheço o mercado da distribuição e o concelho em causa (cresci lá). Por isso, acredito que mais que contrapartidas "estruturais" e normais para este tipo de projectos (co-financiar as infraestruturas rodoviárias envolventes) será necessário, a quem quiser manter a vantagem, entender as carências ao nível de infraestruturas sociais do concelho.
Assim, ao nível da comunicação, acredito que será absolutamente necessário empreender uma série de acções junto da população local que demonstrem uma proximidade junto das mesmas. Demonstrações de apoio às economias locais (através do incentivo à produção local) e, sobretudo, o apoio à comunidade local (através de programas de inclusão social) serão decisivas. Quem o fizer melhor poderá ter os argumentos públicos que auxiliem a decisão política. Se ficarem apenas pelos "bastidores" não acredito que existam alterações às preferências actuais.
Thursday, March 25, 2010
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