O "Comunicações ou Não" é uma experiência a solo na blogosfera da área da comunicação. Como "tudo é comunicação", apesar de ser um local para reflexão sobre o mercado da comunicação, poderão existir incursões por outras áreas.

Thursday, February 25, 2010

Estágios profissionais para fazer new business?

No meio das minhas "navegações" sem rumo definido, dei de caras com um anúncio de emprego (num famoso site de emprego deste mercado) com o seguinte texto:
«Estamos a recrutar account junior para estágio profissional

Função:
- Prospecção e angariação de clientes
- Divulgação e promoção dos nossos serviços.»

Lembrei-me do passado. Já estive numa empresa em que o Director-Geral da altura teve a peregrina ideia de designar um estagiário para implementar uma iniciativa de new-business (a tal «prospecção e angariação de clientes»). O resultado não podia ter sido mais desastroso: Não só não se angariou qualquer novo Cliente, como a imagem deixada pela empresa junto de muitos potenciais não foi a melhor. E tal não se deveu à falta de esforço e vontade do referido estagiário. Deveu-se, como é óbvio, à falta de experiência do mesmo para fazer este tipo de contactos.

A «prospecção e angariação» de Clientes nesta área não pode ser feita como se de um call center se tratasse. É uma tarefa que, mais do que meramente comercial, se reveste de uma vertente institucional muito delicada e que deve ser feita ao mais alto nível na empresa. É uma questão de imagem da própria. Quem empreende este esforço tem que saber falar "de igual para igual" com os seus interlocutores. Tem que saber apresentar a empresa sem mácula. Tem que ter a agilidade e experiência suficientes para entender os desafios do potencial e adaptar o discurso aos mesmos.

É óbvio que a detecção de oportunidades deverá ser uma função de todos os colaboradores. Mas as iniciativas posteriores a esta detecção não podem ficar nas mãos de um «account junior para estágio profissional».

(Notas: O anúncio referido não é para uma empresa de consultoria de comunicação - ainda bem. A empresa em que trabalhei detectou o erro a tempo e conseguiu corrigi-lo sem grandes dados de imagem para a própria. O estagiário, apesar do seu esforço meritório, não ficou a trabalhar na mesma. O Director-Geral não ficou muito mais tempo na empresa. Que a experiência possa servir para alguma coisa.) 

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