Como diz a Alda, na sua excelente análise sobre o caso que "suscitou veementes e acaloradas reacções na blogoesfera, designadamente espaços de opinião de jovens profissionais de Comunicação e Relações Públicas", "não deverá esta nuvem ser tomada por Juno, pois a comunidade académica é hoje constituída por excelentes estudiosos e defensores desta disciplina e dos seus praticantes" e "a melhor resposta que podemos dar a ameaças à reputação da profissão – e elas vêm de muitos lados, incluindo no próprio sector – é exercê-la com convicção e dignidade, assumindo os valores e deveres especiais da sua prática" (Alda dixit).
O "caso", por muito que me possa ofender enquanto profissional na área, honestamente, remeto-o para a esfera académica. E apenas para esta. Não estive lá e não conheço o contexto, pelo que não faço mais considerações, para além de concordar com o que a Alda escreveu.
E este caso faz-me retomar um tema que o Rui já abordou: A educação e/ou a formação dos profissionais do sector. É que se a questão é formação, então a minha experiência como orientador de estágios, que fui muitas vezes, permite-me fazer uma análise desta área.
Tive como estagiários (alguns que hoje são dos melhores profissionais que conheço) pessoas formadas em várias Instituições de Ensino Superior. Tive estagiários da Nova, do INP, da UAL, da ESCS e do ISCEM (acho, por acaso, que só não tive estagiários do ISCSP).
Ver agora algumas pessoas a defender a sua "dama" de formação (leia-se escola onde se formaram e/ou onde deram/dão aulas) em detrimento de outras "damas" incomoda-me.
E incomoda-me porque, de todas estas escolas, nunca achei que alguém vinha tecnicamente preparado para este meio. Uns com alguns conceitos mas sem qualquer capacidade para os aplicar, outros sem esses conceitos mas ávidos por aprender. E, confesso, prefiro estes últimos. Até para evitar ouvir, como ouvi, "foi assim que aprendi, portanto é assim que se faz", numa situação em que o ensinado estava mais ou menos certo, a aplicação do conhecimento totalmente errada.
Mas, apesar disto, acho que há recém-licenciados preparados para esta profissão. Aqueles que têm a humildade suficiente para admitir que têm um longo caminho pela frente (tal como os que já estão neste mercado à mais tempo. No dia em que achar que já não tenho nada para aprender nesta área, mudo de área...). E isso não é formação. É educação. Pode-se apurar nos bancos da Universidade mas não se aprende lá. Ou existe, ou dificilmente se adquirirá.
Por isso, não aproveitem uma infelicidade académica para menosprezar cursos em detrimento de outros. Não faz sentido. Não forma. Não educa.
(Nota: Sou licenciado em Comunicação Social pela Nova e tive como professor numa cadeira, durante alguns meses, no meio de milhentas outras, Adriano Duarte Rodrigues. Que, diga-se, foi um dos principais impulsionadores da criação de cursos de Comunicação Social/Ciências da Comunicação em Portugal...)
Wednesday, October 20, 2010
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