O "Comunicações ou Não" é uma experiência a solo na blogosfera da área da comunicação. Como "tudo é comunicação", apesar de ser um local para reflexão sobre o mercado da comunicação, poderão existir incursões por outras áreas.

Thursday, February 25, 2010

Código Fonte

Por sugestão do Rodrigo (sempre atento às novidades na blogosfera de comunicação nacional) já visitei o novissímo Código Fonte, da Fonte Comunicação. Depois de seguir a Alda Telles no Twitter e no Facebook, agora posso lê-la em textos com mais de 140 caracteres. É sempre bom ter mais blogs de leitura diária. E já faz parte dos links permanentes deste blog (o link do Código Fonte para este blog é que está "truncado" com o blog da APECOM mas nada que não se corrija...).

Quanto ao assunto do primeiro post, concordo com a Alda: Não somos um país adepto do associativismo. Não sei quem quer criar uma nova associação para este sector. Também li a "cacha" aqui. Mas, a julgar pelas reacções, já serviu para "agitar as águas". E que essa "agitação" impulsione ainda mais as actuais associações para a afirmação do profissionalismo deste sector (que, nem sei como, ainda não veio à baila com a actual polémica das tentativas de controlo dos media).

Estágios profissionais para fazer new business?

No meio das minhas "navegações" sem rumo definido, dei de caras com um anúncio de emprego (num famoso site de emprego deste mercado) com o seguinte texto:
«Estamos a recrutar account junior para estágio profissional

Função:
- Prospecção e angariação de clientes
- Divulgação e promoção dos nossos serviços.»

Lembrei-me do passado. Já estive numa empresa em que o Director-Geral da altura teve a peregrina ideia de designar um estagiário para implementar uma iniciativa de new-business (a tal «prospecção e angariação de clientes»). O resultado não podia ter sido mais desastroso: Não só não se angariou qualquer novo Cliente, como a imagem deixada pela empresa junto de muitos potenciais não foi a melhor. E tal não se deveu à falta de esforço e vontade do referido estagiário. Deveu-se, como é óbvio, à falta de experiência do mesmo para fazer este tipo de contactos.

A «prospecção e angariação» de Clientes nesta área não pode ser feita como se de um call center se tratasse. É uma tarefa que, mais do que meramente comercial, se reveste de uma vertente institucional muito delicada e que deve ser feita ao mais alto nível na empresa. É uma questão de imagem da própria. Quem empreende este esforço tem que saber falar "de igual para igual" com os seus interlocutores. Tem que saber apresentar a empresa sem mácula. Tem que ter a agilidade e experiência suficientes para entender os desafios do potencial e adaptar o discurso aos mesmos.

É óbvio que a detecção de oportunidades deverá ser uma função de todos os colaboradores. Mas as iniciativas posteriores a esta detecção não podem ficar nas mãos de um «account junior para estágio profissional».

(Notas: O anúncio referido não é para uma empresa de consultoria de comunicação - ainda bem. A empresa em que trabalhei detectou o erro a tempo e conseguiu corrigi-lo sem grandes dados de imagem para a própria. O estagiário, apesar do seu esforço meritório, não ficou a trabalhar na mesma. O Director-Geral não ficou muito mais tempo na empresa. Que a experiência possa servir para alguma coisa.) 

Thursday, February 18, 2010

Prescritores II

A propósito do meu post anterior gostaria de esclarecer algumas coisas: Em primeiro lugar, sou cliente do Pingo Doce (como sou da maioria das empresas de distribuição moderna em Portugal - e aqui, à semelhança de muitos outros consumidores, não sou fiel a nenhuma cadeia em particular). Trabalho a área de distribuição moderna há cerca de 14 anos, tendo sido precisamente a Jerónimo Martins a minha primeira conta no sector, pelo que é um assunto que sigo com interesse profissional. Nada me move contra a Jerónimo Martins ou contra a agência que fez a referida campanha (antes pelo contrário).

Posto isto, posso dizer: Não, não gosto da nova linha de comunicação do Pingo Doce. Não criei o famoso grupo do Facebook, nem sequer conheço os seus criadores mas fui dos primeiros a aderir ao mesmo (fui o sexto, se bem me lembro).

E fi-lo em consciência (sabendo que dificilmente me aceitarão a trabalhar com a Jerónimo Martins no futuro), pois achei que a nova linha de comunicação era um corte demasiado abrupto com a comunicação anterior, a qual sempre achei das melhores e mais bem conseguidas do mercado da distribuição moderna. Era um prazer ver e ouvir os anteriores spots do Pingo Doce. Eram inteligentes, bem feitos, bem produzidos e, para mim, acrescentavam valor à marca. Resumidamente, diferenciavam-se do resto do mercado. Agora, infelizmente, mudo de canal só para não os ver.

E não estou sozinho nesta atitude. Perto de 6.000 pessoas aderiram livremente e por sua iniciativa ao grupo do Facebook. Podem não ser muitos para o enorme volume de clientes que o Pingo Doce tem. É verdade. Mas são 6.000 potenciais clientes. E no meio da polémica o que é que a Jerónimo Martins disse a estes consumidores? Nada. Invariavelmente, em clima de opinião negativa, a empresa fechou-se sobre si mesmo. E a resposta até nem seria difícil de dar: "É normal que exista uma resistência à mudança mas a mesma teve origem numa estratégia de aproximação a outros segmentos do mercado".

Já li em muitos sítios que esta mudança e a polémica em relação à mesma foi proveitosa para a marca: Porque se falou muito da mesma. Pessoalmente não concordo em absoluto com a máxima "falem bem ou falem mal, o importante é que falem". Se assim fosse a disciplina de comunicação de crise não faria qualquer sentido, pois não há melhor que uma crise para que se fale muito. O problema vem depois.

E também não me impressionou o facto de virem para a rua estudos que referiam o Pingo Doce como "top of mind". Com um plano de meios tão agressivo e com tantas repetições, este seria um resultado natural. A música easy listening, associada às repetições massivas, fazem com que o anúncio fique na cabeça. Daí que seja fácil que as crianças, como também já li, sejam grandes prescritoras do Pingo Doce.

Agora fica a questão: As vendas subiram graças à nova linha de comunicação? E não adianta mostrar os números do quarto trimestre comparados com o resto do ano. Quem trabalha este sector sabe que o quarto trimestre é, muitas vezes, quem salva o ano nas vendas. Importa, isso sim, comparar números "like-for-like". E perceber se as vendas subiram e, se sim, se resultam da nova comunicação, se aumentaram os clientes que visitam as lojas e se o carrinho médio aumentou.

Como esta é, espero, a última vez que opino sobre o assunto, gostaria de deixar algumas notas soltas:
- Conheço clientes do Pingo Doce que já chegaram a pedir aos responsáveis das lojas que tirassem, ou pelo menos baixassem, o volume da música nas lojas.
- Já ouvi colaboradores a queixarem-se da mesma, pois já estavam fartos de a ouvirem.
- Na altura em que tomei uma posição pública sobre o assunto no Facebook, pessoas ligadas à agência que fez a campanha (atenção que não foi a agência, cuja postura profissional respeito) fizeram chegar-me o seu desagrado pelo facto, tentando assustar-me com os conhecimentos que tinham (como este texto comprova, não é por aí que as coisas resultam).
- Acho que a concorrência demorou a responder. Mas a frase "eu não vou em cantigas", assim como o "tu és rato" ou o "tu és macaco" são muito boas.
- Quem me conhece sabe que esta opinião é absolutamente pessoal, não vinculando quaisquer empresas (do mercado da comunicação ou da distribuição moderna) com as quais tenha trabalhado no passado.
- E peço desculpa aos leitores deste blog pelo texto excessivamente longo mas como é a última vez que abordo este assunto, escrevi o que tinha a dizer sobre o mesmo.

Wednesday, February 17, 2010

Prescritores?

Sempre que ouço/leio que as crianças que adoram a música dos spots de uma determinada marca de supermercados (esquecendo que a forte repetição do mesmo, fruto de um plano de meios muito agressivo, costuma ter esse efeito), são grandes prescritores dessa marca, pergunto se os pais das mesmas andam nos seus automóveis de barrete azul a cantar "abram alas para o Noddy"? Afinal essa música também ficou nos ouvidos/memória das crianças...

Thursday, February 11, 2010

Citações

Gosto desta frase do Winston Churchill: "You have enemies? Good. That means you've stood up for something, sometime in your life."

Mas, por vezes, recomendo esta: "I have never developed indigestion from eating my words". (Não sei o que me levou a escrever este post...)


Wednesday, February 10, 2010

Espero que ganhem

O PiaR foi nomeado para a shortlist do dos Euprera Social Media Awards 2010 na categoria Best practitoner/researcher blog. Como um dos meus blogues de referência no sector espero que ganhem. Parabéns ao Rodrigo e ao Alexandre. O prémio também seria verdadeiramente merecido.
(Lá estou eu nesta coisa da cascata de elogios. É mais forte que eu: Quando acho que é merecido não consigo evitar...)

Friday, February 05, 2010

O local proporciona a notícia?

Se o famoso almoço/encontro/conversa tivesse sido no Ritz (esse grande lobby de hotel) em vez de ter sido no Tivoli, será que tinha chegado a ser notícia?

Um Miúdo Graúdo

Depois de ter visto/ouvido no Festival do Clube de Criativos de Portugal o ano passado, fiquei fã do "guerrilheiro" André Rabanéa. A boa notícia é que agora dá para ver a sua irreverência aqui.

Thursday, February 04, 2010

A Nicotina faz bem ao seu estado cultural

Pelo menos a Nicotina Magazine. “Primeiro magazine on-line de alta cultura. Subversivo, pós-revolucionário e viciante.”, do João Gomes de Almeida e companhia. Um site que já consta dos links permanentes do "Comunicações ou Não".

Monday, February 01, 2010

O "perigo" das redes sociais

Para além de uma série de outros "perigos", alguns profissionais deste sector esquecem-se que não fica bem querer trabalhar a reputação de uma instituição ou pessoa da qual andaram a falar mal nas redes sociais. É incoerente, sobretudo sabendo que as mesmas podem ser lidas pelo potencial Cliente.